quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Perguntas

“O sábio não é o homem que fornece as verdadeiras respostas; é quem faz as verdadeiras perguntas”.
Claude Lévi-Strauss – "O Cru e o Cozido"


Uma pergunta que carrego na superfície de minha consciência, ou no mais profundo recôndito de meu ser, diz respeito à minha identidade. Quero saber de fato quem sou e qual é o sentido daquilo que faço no contexto maior da existência.

De certa forma, a religião e a filosofia fizeram desta questão um dos pontos cruciais de suas reflexões. A religião procurou respondê-la com a autoridade da voz divina, trazendo uma definitiva e inquestionável palavra à dúvida humana. A filosofia, por sua vez, propôs o caminho que buscava uma resposta na natureza, por meio da observação e reflexão, a sua resposta seria produto da razão humana e não estaria baseada na cardealidade da soberania de qualquer divindade. Seguindo a trilha da filosofia, a ciência, mais especificamente a ciência positivista, surge trazendo a sugestão de observar, refletir, mas além da lógica e razão, buscou construir suas respostas a partir de uma postura empírica, rejeitando tanto a fé como a intuição como base de sua gnosiologia.

Ciência, filosofia e religião não são em si excludentes, mas somente respostas diferentes para uma mesma questão. De minha parte, amo o conhecimento seja ele fruto da revelação religiosa, das reflexões filosóficas, ou mesmo, da experimentação científica. Tenho em mim que conhecer é poder reconhecer a própria face na verdade manifesta. Conhecer o mundo e encontrar verdades e princípios me ajudam a saber quem, de fato, sou.

Essa busca que começou como um pergunta infantil hoje se estende à minhas considerações adultas. Quero saber quem sou, quero entender os motivos que subjazem às minhas atitudes, preciso encontrar sentido e compreender as conseqüências que almejo quando me comporto como me comporto. Além disso, desejo saber sobre o que vem em seguida, sobre o além, sobre o que vem depois que todas as perguntas forem feitas e acabarem-se todos os discursos.

Roberto Montechiari Werneck

Um comentário:

Unknown disse...

Pr. Roberto, tenho visitado seus blogs e tenho gostado muito. Parabéns! Abraços.
Alessandra