terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Continuo Repleto de Esperança

“A esperança é para nós qual âncora da alma”
(Hebreus 6:19)

Por mais injustiças que eu veja, por mais que a miséria se prolifere, por pior que alguns se tornem, não consigo perder a esperança. Já me esforcei para me tornar um pessimista, um cínico, para virar um descrente, mas fracassei. Minha alma está marcada por preciosas promessas, ando sempre com meu balaio cheio de expectativas e sonhos, olho sempre com bons olhos para o porvir.

Porém, é preciso que fique claro que a minha esperança não tem a sua base no pressuposto da bondade humana. Não creio que as pessoas sejam inerentemente boas. Para mim, na verdade, elas são um mistério, um misto de dignidade e vergonha. A minha esperança também não está baseada na teoria Darwiniana que afirma a evolução das espécies. Por si só, a humanidade já me deu exemplos suficientes de que a evolução é um fato puramente tecnológico e científico, ou seja, algo externo ao organismo, aos relacionamentos e ao coração humano. Depois de milhares de anos, ou quem sabe mais, o homem permanece o mesmo mistério, o mesmo ser envolto com as mesmas questões morais, físicas e espirituais. O homem não evoluiu.

Portanto, a minha esperança não é um fechar de olhos para a realidade. Muito ao contrário, ela é esperança de olhos abertos, uma atitude que superou o desespero e que encontrou uma base mais firme para sua edificação. Ela existe em mim porque creio que Deus habita esse mundo caótico e se ocupa em realizar a Sua vontade nele. Creio que o mal foi vencido, por Cristo, na cruz do Calvário e que o Seu reino já foi implantado. Creio que toda autoridade sobre os céus e a terra pertence a Jesus e que todo joelho se dobrará diante Dele. Creio que o mal sucumbirá ao bem, que o amor sempre vence a morte e que os mansos herdarão a terra. Creio em tantas coisas boas e tenho em mim tantas esperanças que o que posso fazer é seguir adiante com um sorriso no rosto, transformando essa esperança em atos de bondade.

Assim, minha esperança se manifesta sempre como um ritual de coerência. Pois sei que se espero um reinado de paz e felicidade preciso ser coerente com ele, se espero vida não posso servir como instrumento de morte. A verdadeira esperança é sempre revelação, ela mostra, inequivocamente, a sua cara no comportamento, no jeito de ser e de esperar o que está por vir. Ao mesmo tempo, ela é pró-ativa, realizadora do melhor, fonte de outras esperanças e empreendedora do tempo, antes do tempo.

Como disse, carrego na alma todas as esperanças dos céus. Se você me perguntar, ainda, o porquê de tal condição, só posso dizer que tive os meus olhos transformados pela Graça.

Roberto Montechiari Werneck

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