quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Continuo a Sonhar

“Nós somos do tecido de que são feitos os sonhos.”
William Shakespeare

As minhas limitações e insignificância não desmerecem os meus sonhos ou a minha fé. E, talvez, seja, exatamente, por causa dessa realidade pessoal e circunstancial cheia de precariedades, que sonhos, fé e esperança façam real sentido.

Cheguei à conclusão de que gente que se considera perfeita não precisa sonhar, pois a realidade da perfeição indica que tudo está acabado, concluído, exato; tudo acontece dentro do esperado e não existe a possibilidade de surpresas ou mudanças. Conheci em minha caminhada aqueles que se viam plenos e totalmente resolvidos. Conhecê-los foi como ter contato com pedras de mármore, faltava-lhes coração, pulso, sentimentos e a energia vital necessária para alimentar novas idéias.

Porém, aqueles que sonham, são exatamente aqueles que sabem que o que existe, ainda, não é o que deveria ser, não é ainda o melhor. E é este “ainda” que os faz cheios de esperança e os move, pois aquilo que ainda não é, potencialmente é, ou pode ser.

Compreendi que meus sonhos não precisam ser proporcionais à brevidade de minha existência terrena. Sei que existem aqueles que constroem seus sonhos com prazo de validade. Estes só enxergam a realidade deste mundo material e fundam seus projetos sobre a objetividade da existência terrena, constroem sonhos que têm hora para terminar.

Mas a minha fé me ensinou a cunhar sonhos de caráter eterno. Fui ensinado a construir planos transcendentes que têm o poder de me alçar das profundezas da decepção e angústias a um platô de paz e percepção diferenciadas. Eles foram alimentados pelo poder da Nova Notícia e me deram condições de esperar por Cristo não somente nesta vida, pois se assim o fizesse, seria de todos os homens o mais miserável, visto que a mensagem das Boas Novas têm o caráter da perenidade e a proposta de infinitude.

Hoje sei que sonhar me faz humano, me insere no tempo e espaço, mas também me leva a transcendê-los sob o norte do vir-a-ser. Por isso, continuo a insistir em enxergar no horizonte mediato e imediato os nuances de uma nova vida e a olhar com esperança para as possibilidades do manhã.

Resisto, definitivamente, aos profetas do caos e aos míopes existenciais, eles são como cancro a corroer sonhos, há muito já deixaram de ser humanos para se tornar simplesmente peças das estruturas e sistemas que os envolvem. No entanto, abraço a perspectiva de que novas coisas serão sempre uma constância para aqueles que tiveram os seus olhos abertos e a alma tocada pelo poder da mensagem de novos céus e nova terra.

Roberto Montechiari Werneck

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