terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Contar, Contar ou Contar

Às vezes fico observando o hábito das crianças. Há tempos atrás, meu filho, estava desenvolvendo o costume de contar, no sentido de numerar as coisas, a passagem do tempo, e tudo que estava ao seu redor. Talvez, estivesse buscando ter controle sobre a realidade que se apresentava. Não sei. Mas ao observar o seu comportamento de criança, comecei a percebê-lo também sendo manifesto no dia-a-dia de muitos adultos. Para muitos, o mundo se transformou em números e eles seguem a contar a vida, a defini-la em dígitos. A satisfação é mensurada pela numerologia do capital, os relacionamentos são avaliados pelo que podem render e a vida é transformada em uma imensa tabuada. O resultado de tal atitude tem sido o cansaço da alma humana, diante de um mundo sem poesia e beleza, que é definido pela pretensa exatidão das cifras.

Há outros que já passaram desta fase. Hoje se encontram a contar, no sentido de descrever, de tentar explicar a existência e de racionalizar a realidade ao redor. Seguem ainda o caminho da mensuração, mas como dizem, sob as rígidas leis da ciência e das teorias científicas. São os sérios adultos catedráticos com os seus canudos em baixo do braço, em seus ambientes controlados a construir a nova compreensão e a expô-las em suas academias. Para eles, a vida se tornou em um compêndio de informações e conhecimentos que precisa ser repassado à posteridade. O fruto dessa maneira de viver é, novamente, enfado e cansaço. O sábio Salomão disse sobre essa maneira de encarar os dias: “Demais, filho meu, atenta: não há limite para fazer livros, e o muito estudar é enfado da carne” (Eclesiastes 12:12).

Os números são belos e saber usá-los faz parte da vida. O estudo e a verdade que resulta da ciência devem ser cultivados e amados. Todavia, há uma outra forma de se posicionar diante da existência. Precisamos aprender a contar, no sentido de contar com. A Bíblia nos ensina esta maneira de viver. Ela nos instrui a buscar o auxílio de Deus e de estabelecermos um profundo relacionamento com Ele. Ela nos orienta a nos aproximarmos das pessoas e nos associarmos a elas, para estar com elas, para abençoá-las e para receber delas o cuidado necessário. A conseqüência de tal postura é alegria, contentamento e paz; é vida com, unida ao outro e a Deus.
Aprenda a contar os seus dias de vida com Deus e de proximidade com os outros de tal forma que venha a alcançar um coração sábio. Saiba contar e narrar as suas experiências com o Senhor, deixe que outros saibam o quanto Ele tem abençoado sua vida. Conte sempre com Jesus e com as pessoas significativas que Ele colocou próximas a você.

Roberto Montechiari Werneck

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