terça-feira, 27 de janeiro de 2009

A Verdade


“Chega sempre um momento na história em que quem se atreve a dizer que dois e dois são quatro é condenado à morte”.
(Albert Camus)


A Verdade é um bem precioso, ela é luz e é vida. Onde ela não permanece, impera a discórdia, a confusão e a morte. Ela é a conclusão de toda investigação franca e a confirmação de toda fé sincera. É cultivada por aqueles que nada temem a perder, a não ser a própria alma. É amada por todos os que degustaram o seu poder e o seu alívio. É proferida e vivenciada por aqueles que desejam a genuína liberdade e a paz perene. O homem que a estima e a vive se aproxima da luz, tendo em si o desejo de que os seus atos sejam manifestos. Contra a Verdade nada pode.

A Verdade fere e desmerece toda vaidade humana. Aborrece a qualquer um que tenha se acomodado à hipocrisia e é agulha sob as unhas de todo mentiroso. È empecilho àqueles que desejam satisfazer o pai do engano e obstáculo ao egoísmo que se manifesta pela adoração das obras das próprias mãos. Todo aquele que ama a si mesmo e às suas preciosas opiniões mais do que a Verdade, terá como última residência a ruína da própria alma. A Verdade é, enquanto a mentira nunca será.

A Verdade não tem afinidade com aquilo que é morno, não convive bem com o talvez, com os meio-termos e com as desculpas. Não se faz pela verborragia humana, mas sim pela encarnação do Verbo. Ela é fato histórico, é realidade que transcende o tempo e o espaço, que desafia a lógica cartesiana, que possibilita o homem enxergar o que ainda não é.

A Verdade é uma dádiva aos que reaprenderam a olhar a existência com os olhos de criança. É um convite àqueles que estão cansados de seguir sob a imposição das convenções sociais e das nomenclaturas da igualdade. A Verdade é o Amor que se revela a fim de salvar o homem de si.

Roberto Montechiari Werneck

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