quinta-feira, 9 de junho de 2011

Sonhos para viver

Roberto Montechiari Werneck
 “Sonhar é acordar-se para dentro.”
Mário Quintana 
Um sonho é uma visão de como pode ser o futuro. Nele está impressa a marca da esperança e a semente de todas as transformações. Sonhamos como resposta à realidade que ainda não é. Afirmar isso é entender que um sonho é o primeiro passo para que coisas novas aconteçam.
Diante dessa afirmação, entretanto, ficam algumas questões: Quantas coisas novas têm acontecido na sua vida ultimamente? Será que você deixou de sonhar? Será que você matou, ou mataram os seus sonhos?  Esteja atento, pois deixar de sonhar é deixar de viver. Fernando Pessoa em seu Livro do Desassossego compara a morte de um sonho à prática do suicídio quando diz: "Matar o sonho é matarmo-nos. É mutilar a nossa alma. O sonho é o que temos de realmente nosso, de impenetravelmente e inexpugnavelmente nosso".
Vale notar, ainda, que há também aqueles que estão próximos e que  são verdadeiros assassinos de sonhos. Gente pessimista, casca grossa, que tem sempre em seus lábios a declaração das impossibilidades e o hábito de vasculhar a vida alheia e profetizar fracassos. Dizem-se realistas, mas na verdade são desesperançados, gente sem brilho nos olhos e com a alma infeliz; parecem amigos, porém são pedras nos sapatos de toda caminhada rumo ao crescimento.
Tome a decisão de recuperar ou alimentar seus sonhos. Sonhe e faça de seu sonho o sonho de outros. Alimente a capacidade das pessoas ao seu redor de crer numa vida melhor e de buscá-la.
Traduza esses sonhos em vida! Sonhe, mas acorde para realizá-los. Coloque ações em seus projetos e datas em seus planos. Ao invés de deixar seus sonhos sobre os travesseiros da conformidade e da descrença, assuma a responsabilidade de vivê-los de olhos abertos.

Ensino, um processo de sedução.

Roberto Montechiari Werneck

Coisa difícil é saber sobre o desejo do outro. Na verdade, pouco sabemos sobre os nossos próprios desejos. Com certa frequência, aquilo que almejamos fica imerso num mar de estímulos que mascaram a real face de nossas vontades. Quantas vezes, quando questionados sobre as razões de fazermos alguma coisa, somos surpreendidos pela nossa falta de conhecimento sobre nós mesmos ou sobre as nossas motivações. Entretanto, vale notar que é preciso que compreendamos que o nosso fazer, para ser fonte de autêntica satisfação, deve ser um comportamento consciente; observe ainda que o nosso fazer, para ser estímulo motivador, deve ser expressão de alegria.
Como educadores devemos ter em mente que ao ensinarmos deixamos vazar nossos desejos e nossas hesitações. Portanto, ao educador é necessário uma compreensão sempre maior sobre seus atos e sobre suas legítimas motivações. No momento em que sinto prazer ao ensinar determinado conteúdo ou empreender alguma ação, estou sinalizando aos meus alunos um caminho possível para o seu próprio fazer e sentir.

Esta questão deixa claro que uma das maneiras de aprender é aprender com. Essa aprendizagem é identificada como aprendizagem vicária, ou seja, aprendemos ao observar o comportamento do outro e as suas consequências. Todos aprendemos dessa forma no decorrer de nossas vidas. Com relação à aprendizagem escolar, com certeza, você ainda se lembre daquele professor que foi fonte de inspiração por causa do jeito que ensinava e de como apresentava o conteúdo de sua matéria. Você via a sua alegria e o seu entusiasmo ao ensinar, isso o levou a e se predispor a superar as limitações e dificuldades próprias daquela matéria no intuito de alcançar o prazer desfrutado por aquele que a ensinava.

Por essa razão, considero que ensinar deva ser um processo de sedução, um convite à novidade de uma nova experiência e à beleza inerentes ao conhecer. Para isso, é imprescindível que o educador cultive o entusiasmo pela sua prática e tenha a habilidade de transformar regras e conteúdo científico em um banquete no qual seus alunos possam se deliciar.

Seduzir exige investimento e dedicação. Fazer com que o conhecimento seja atraente e significativo requer do educador a habilidade de conhecer-se e perceber o quanto seu agir influencia seus alunos, bem como, exige a arte de se reinventar quando percebe que seu fazer a ninguém encanta.