sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Moderno é fazer bem feito.

Por Roberto Montechiari Werneck

De fato, ontem eu aprendi que ser moderno é fazer bem feito. Vou me explicar. Tive a oportunidade de ver e ouvir o show da banda Palácio Moderno na cidade de Cordeiro, RJ.  Simplesmente, um momento de extremo bom-gosto. O repertório, impecável; a postura no palco, exata; a comunicação com o público, sinfônica.
As influências são claras e, algumas delas, cantadas. A miscelânea de soul, funk, mpb e elementos de rock, fornecem um cardápio de sonoridade em que se torna difícil manter os pés calados. Entre Sandra de Sá e Roberto Carlos, Kool & the Gang e Guilherme Arantes, surge o próprio Palácio Moderno lançando as suas bases e colunas na estrutura da música brasileira. Mesmo quando fazem cover de outros artistas, a digital da banda está lá, a música se torna deles. Em suas próprias composições, há um sabor de novidade que produz, naqueles que ouvem, uma sensação de que estão a presenciar o nascimento de uma virtude.
A simpatia dos músicos é um show a parte. Guilherme Pinheiro, vocalista, além de possuir uma voz versátil, voz de gente grande, e de um timbre excelente, é capaz de conduzir o público com uma conversa de roda de amigos. Pedro Santos, baixista, é incisivo e envolvente no desempenho das músicas, tanto tocando seu baixo quanto cantando. Daniel Drummond, guitarrista, nos faz pensar que tocar daquele jeito é fácil, faz as músicas escorrerem com sons de sorriso. Raphael Montechiari, tecladista, impressiona pela dinâmica que impõe às músicas, ele é mágico, surge e desaparece ao seu bel prazer. Os metais, à cargo de  Vitor de Medeiros (saxofone) e Arimatéia (trompete), ancoram as músicas com suas rajadas de luz (consegui traduzir dessa maneira o que ouvi). Victor Von Draxeler, baterista, bombeia o ritmo do coração de quem ouve com uma exatidão milimétrica.
Ver e ouvir a banda Palácio Moderno nos faz pensar que existe luz no fim do túnel, muita luz. Creio que ainda vamos ouvir muito sobre essa rapaziada que faz a música surgir com aquilo que ela tem de melhor.
Após ler essa pequena resenha você pode estar pensando, isso não é uma crítica. De fato, não é, se crítica for o exercício de falar mal. Diria que esse texto se encaixaria melhor como uma declaração de amor. Amei o que vi e ouvi. Portanto, convido você também a se envolver, pois como eles mesmos cantam, “quem se envolve é Sinvolvão”. Experimente.

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